Selic
Copom mantém taxa Selic em 15% ao ano em decisão unânime
Em nota, o Comitê do Banco Central diz que tem acompanhado ‘com particular atenção’ os anúncios referentes à imposição pelos Estados Unidos de tarifas comerciais ao Brasil’ em cenário de ‘maior incerteza’
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta quarta-feira (30), decisão de manter a taxa básica de juros em 15,00% ao ano. A decisão do colegiado foi unânime. De setembro de 2024 até a reunião anterior, em junho, o BC aumentou a Selic em 4,50 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.
O colegiado informou que, caso o cenário projetado se confirme, “antecipa-se uma continuidade na pausa do ciclo de alta de juros, com o objetivo de avaliar os efeitos acumulados do aperto monetário já implementado, cujos impactos ainda estão por se manifestar. Só então será possível verificar se o atual patamar da taxa de juros, mantido por um período suficientemente prolongado, será eficaz para garantir a convergência da inflação à meta”.
Sobre o ambiente internacional, o Comitê avaliou que o cenário está mais desfavorável e incerto, especialmente devido à conjuntura econômica e à condução das políticas fiscal e comercial dos Estados Unidos, além de seus potenciais desdobramentos. Já no cenário doméstico, o Copom destacou que os indicadores de atividade econômica têm mostrado, como esperado, uma desaceleração moderada no ritmo de crescimento, embora o mercado de trabalho ainda apresente sinais de vigor. “Nas divulgações mais recentes, tanto a inflação cheia quanto os núcleos de inflação permaneceram acima da meta estabelecida”, diz a nota.
Em relação às projeções, o Banco Central manteve a estimativa de inflação medida pelo IPCA para 2025 em 4,9% e para 2026 em 3,6%. Houve uma leve redução na previsão dos preços livres para 2025, que passou de 5,2% para 5,1%. Por outro lado, os preços administrados tiveram a projeção revista para cima: de 3,8% para 4,4% neste ano.
Para 2026, a estimativa dos preços livres no IPCA subiu de 3,4% para 3,5%, enquanto a dos administrados caiu de 4,1% para 4,0%. O Copom também divulgou a projeção para o primeiro trimestre de 2027: inflação geral (IPCA) de 3,4%, sendo 3,3% para os preços livres e 3,9% para os administrados.