CPI do crime organizado
Senado instalará CPI do crime organizado após operação no Rio com mais de 120 mortos
Comissão deve investigar avanço de facções e possível envolvimento de agentes públicos com o crime
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) anunciou nesta quarta-feira (29) que o Senado deve instalar na próxima terça (4) a CPI do Crime Organizado, em resposta à escalada da violência e à expansão de facções criminosas no país.
O anúncio ocorre um dia após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 121 mortos, segundo a Defensoria Pública do Estado, e teve como alvo o Comando Vermelho (CV).
Segundo Vieira, a comissão terá como foco o avanço das facções em diferentes regiões, além de apurar falhas estruturais nas políticas de segurança e eventuais vínculos de agentes públicos com o crime organizado.
“Planos para assassinar mais autoridades em São Paulo, guerra urbana com dezenas de mortos no Rio, avanço das facções no Norte e Nordeste — tudo consequência de décadas de abandono, corrupção e incompetência”, escreveu o senador em publicação no X (antigo Twitter).
Escopo da investigação
Vieira afirmou que a CPI “não é uma pauta eleitoreira”, mas uma resposta institucional à crise de segurança pública. Ele defende a articulação de uma estratégia nacional entre os três níveis de governo.
“Essa tragédia tem solução, como mostram exemplos dentro e fora do Brasil, mas a construção de caminhos vai exigir coragem, conhecimento técnico e união de esforços entre municípios, Estados, União e sociedade civil”, declarou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), confirmou a instalação da CPI e disse que o foco será o enfrentamento coordenado de grupos criminosos que ampliaram seu poder em áreas urbanas e de fronteira.
“É hora de enfrentar esses grupos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou Alcolumbre em publicação no X.
A operação citada pelos parlamentares mobilizou cerca de 1.000 agentes das polícias Civil e Militar em comunidades da zona norte do Rio, entre elas os complexos da Penha e do Alemão, e foi a mais letal da história do estado, segundo o governo fluminense.
Fonte: Infomoney